quarta-feira, dezembro 22, 2004


L'Irlandais



A Rita tinha vinte anos.

As pálpebras, ligeiramente descaídas sobre os imensos olhos castanhos, contradiziam, pela sensualidade, o sorriso aberto e despreocupado para a vida.

Tinha entrado em farmácia e repetia-o – com o orgulho e a confiança que perduram até ao terceiro semestre – a propósito de tudo, quase tudo ou quase nada.

Sabia inglês porque era de farmácia, outra língua não visto ser de farmácia, música nem toda pois era de farmácia e por aí em diante: a justificação dos seus gostos, triunfos e até da sua ignorância sobre o que não deveria saber.

O grupo de amigos tinha, curiosamente, decidido ir… à farmácia.

Ficámos as duas no meio do vento.

Entrámos no café e já recompostas do temporal lá fora – com as mãos à volta da chávena e o contentamento do conforto à janela da intempérie – começámos a falar:

- Sabe? O Beckett vinha aqui muito.
- Não sabia. Sou de farmácia.
- E gosta?
- Do Beckett? Não sei.
- Não, do curso. Gosta de farmácia?
- Ah! Gosto muito. Beckett não conheço.
- Claro que conhece! Passava aqui tardes perdidas com os amigos… Olhe: À Espera de Godot!
- Ele esperava o Godot?
- Não, é uma das suas obras mais conhecidas. Uma peça de teatro: À espera de Godot.
- Ah! E quem era o Godot?
- Não sei…

Estava com sono. Não tive paciência para lhe dar as várias interpretações, nem fôlego para a esclarecer que Godot não tinha chegado a aparecer, nem coragem para dizer que nunca apareceria.

O suficiente ainda para não saber. Para não saber o que dizem. Para não saber o que é que as palavras que diz dizem. Diz? Segrega. Dizer melhor pior segrega. O que dizem as palavras que segrega. O que o dito vazio. O dito obscuro. As ditas sombras. A dita sede embrionária de tudo. Suficiente saber não se poder saber.

- Só lendo, então – acrescentei – ou melhor ainda, neste caso, vendo a peça.

O silêncio sentou-se confortavelmente à nossa mesa.

Sorrimos. E nesse momento de comungada solidão, os outros entraram transidos de frio e ebulientes de novas palavras, ideias e projectos "para passar o tempo".

Quero, aqui recordá-lo no exacto dia em que passam quinze anos sobre a sua morte.

Porque na duração do caminho para ela – de forma assumidamente solitária e até com a eloquência do silêncio – o homem que não tinha "jeito para a felicidade", troçou da tragédia e deixou-nos dias muito felizes.

E, para quem assim não pensa, dou-lhe a palavra:

O meu trabalho é uma matéria de sons fundamentais (gracejos à parte) elaborados da forma mais plena possível, e eu não aceito a responsabilidade por nada mais. Se as pessoas querem ter dores de cabeça no intervalo das harmonias, deixá-las com elas.
E que se provejam com a sua aspirina.


Mantorras, um futuro impossível

Trapattoni acabou de anunciar que o jogador só voltará aos relvados quando o Benfica estiver a ganhar folgadamente.

terça-feira, dezembro 21, 2004


Bloguices

Mexemos na lista ali ao lado. Os nossos links existem para facilitar a ida aos sítios da "blogosfera" lusa que a maioria do GF visita com regularidade e por esse critério são actualizados. Com uma excepção: os blogs desportivos, que são da minha total responsabilidade e da tolerância de quem me atura as madurezas. Em Janeiro – sem mais "metablogagem", que isto do umbiguismo custa-nos - inseriremos os links de outros blogs jeitosos, que esperamos conhecer melhor durante a acalmia das próximas semanas.

Aproveitamos estar com a mão na filhó para saudar um dos blogs de que mais gostamos: a barriga de um arquitecto, que fez, no passado dia 18, um ano de boa escrita e de bom senso.

E também - sem vergonha pelo atraso, porque, pelo currículo, nos falta legitimidade para o rubor – os nossos parabéns a outro blog favorito que fez anos, o sempre interessante Ma-Schamba.

Os nossos cumprimentos ao Bloff e ao blogame mucho pelos novos templates. O do Bloff está um must e no mucho destaco (parêntesis pessoal) a soberba tira superior: uma lista azul, dá, naturalmente, mais estilo a qualquer roupinha (no dia em que me passar pelo bestunto a toleima de classificar ou premiar blogs, estes muchos têm garantido o Prémio Primo do Blog Em Que Mais Gostava de Ver Uma Caixa de Comentários).

Uma palavra final para o "copianço" no jornal Público de textos do Substrato e do Arqueoblogo, sem identificação das fontes. Quem sabe, faz, quem não sabe, copia... e esconde a fonte. A proliferação dos cursinhos de jornalismo está a dar os seus frutos?

sábado, dezembro 18, 2004


O melhor do mundo são as crianças

Um conto de Natal


Ao fundo da rua da menina, vivia uma família misteriosa. Havia uma mãe bonitona, género Hepburn, sempre com enormes óculos escuros e lenço na cabeça, um filho de cabelo cenoura, muito ensimesmado, e uma bebé gordinha de meses. Não se davam com os vizinhos, não recebiam visitas e nunca deles ninguém soube sequer o nome.

Tinha a menina sete anitos entusiastas e curiosos, quando, na madrugada de Natal, recebeu de presente a sua primeira bicicleta - o Menino Jesus cumpria então os seus deveres à primeira alva e não havia cá cenas de pais natais importados do centro comercial mais próximo. Crente que era uma ciclista inata e poderia, naturalmente, começar a pedalar sem aulas de instrução, à socapa, sem mais aquelas, ainda tudo dormia e nem uma agulha bulia, escapuliu-se para a grande aventura. Prantou-se no alto da rua em cima do velocípede - pois a descer todos os anjinhos voam – e pedalou uns metros, logo perdendo o controle dos pedais. Deslizou, assim, pela ladeira, em alta velocidade e no melhor estilo queda livre, entrando desabrida pelos portões abertos da casa dos Hepburn, onde se estampou com estrépito e pose num maciço de begónias.

Graças ao conhecido efeito colchão das plantas, ficou apenas um pouco amachucada: doía-lhe sobretudo o orgulho. A bicicleta, no entanto, não teve a mesma sorte e sofreu mais no corpo que na psique. Suspeitando que a sua carreira de ciclista iria ter vida efémera assim que o guiador torcido fosse detectado pelo raio X do olhar materno, a menina resolveu lançar-se à misericórdia da misteriosa Senhora Hepburn. Com um pouco de sorte e sinceras desculpas pelo infausto falecimento prematuro das begónias, talvez ela lhe arranjasse remédio para a bicicleta, pensou, com a crença na omnipotência dos adultos típica das infâncias felizes. E talvez o episódio ficasse no segredo dos imensos óculos escuros.

Bateu delicadamente à porta das traseiras. Nada. Bateu com mais convicção e ela abriu-se. Foi entrando, de mansinho – vivia num local onde não se usavam grandes cautelas defensivas e os miúdos estavam habituados a calcorrear os jardins alheios e a brincar nas casas uns dos outros. O rés-do-chão estava deserto e, na sala, uma enorme árvore de natal brilhava, pejada de luzes e rodeada de presentes. O maior de todos eles era uma bicicleta vermelha igualzinha à que a menina acabara de deixar jazendo torcida no canteiro de begónias.

Consumar a troca foi coisa de minutos. Ainda a ideia lhe não tinha entrado na cabeça e já os dedos repunham a roseta azul à volta do guiador empancado. Regressou a casa sem ser detectada, com a bicicleta do puto cenourinha bem agarrada debaixo do braço. Voltou a por a sua prenda no lugar, subiu ao quarto de botins na mão, qual marido marialva, vestiu o pijama dos ursos e deitou-se. O coração galopava-lhe de tal forma que o paddington bear ao peito parecia saltar de emoção: os ursos são notoriamente susceptíveis ao choque da aventura, à vertigem da velocidade e à adrenalina do crime. Já as crianças são bastante mais resistentes.

Acabou por adormecer. Quando acordou, o quarto estava inundado pela claridade de um glorioso sol de Inverno e a casa fremia de actividade, cheiros bons e crianças felizes. Aos pés da cama, mãos mimosas haviam colocado presentes vários, entre os quais a ansiada bicicleta vermelha. Tive um sonho pateta, pensou. Fugazmente. As emoções do Natal não permitiam mais.

Do outro lado da rua, o puto cenourinha pontapeava furiosamente uma bola contra a parede, sob o olhar piedoso dum maciço de begónias em mau estado de conservação

sexta-feira, dezembro 17, 2004


Os adversários da minha equipa são sempre menos verdes do que os do vizinho

Ele: Então o seu Porto lá vai jogar com o Inter?
Ela: ... o maledetta!
Ele: Também não exagere... são uns meros empatas.
Ela: Pois, de nulo em nulo até à vitória final.
Ele: Já o Benfica teve azar com o CSKA.
Ela: Ora, com a cambada de brasileiros que o Veiga vai comprar agora nos saldos, a sua equipa vai ficar preparadíssima para jogar em Moscovo. Desde que não faça muito calor em Fevereiro, claro.
Ele: Estava a ver que não vinha com a piadinha primária...
Ela: Eu...? Tenha tento! Ainda me obriga a candidatar à Câmara de Lisboa para lavar a honra, seu milhafre ferido na asa.
Ele: Copiona...
Ela: Adelante! Os gatuchos é que tiveram sorte...
Ele: Sim, o Feyenoord é pêra doce. E se passarem a eliminatória apanham nos oitavos com outro clube de segunda.
Ela: É... a equipa do dito está seriamente na corrida para a final do penico.

quinta-feira, dezembro 16, 2004


Seja excêntrico (3)



Após a provável vitória de Sócrates nas próximas eleições antecipadas, creio que este blog vai, em peso, inflectir para o centro-esquerda muito moderado.
Ser do contra está-nos no sangue.

quarta-feira, dezembro 15, 2004


Paulo Portas aceita referendo ao aborto se for governo

Bom argumento para o eleitorado social-democrata lutar pela maioria absoluta.

terça-feira, dezembro 14, 2004


PSD e PP concorrem separados

Claro: antes só que mal acompanhado.

segunda-feira, dezembro 13, 2004


Seja excêntrico (2)



Só dissolva a Assembleia da República depois de ouvir seráficos comentadores políticos, fantasminhas, economistas do ramalhete, amiguinhos e, principalmente, uma beliscada, atemorizadora e indigesta consciência - antes de demitir o Governo, auscultar os partidos políticos, o Conselho de Estado e de promulgar o OE2005.
Atreva-se mesmo, imagine-se, a ser julgado pelos eleitores após o segundo mandato como 1º magistrado da nação.
Tudo isto, se não quiser ficar a preto e branco "naquela" foto.

domingo, dezembro 12, 2004


Este amor a que chamamos clube



Palermice, mas não consigo apagar um sorriso inter-continental.

(para prevenir o embaraço de co-bloggers não crentes, ou com problemas de colorido, esclareço que:
1 - o GF não tem linha editorial, reflectindo cada texto a exclusiva opinião de quem o assina;
2 - apenas quarenta por cento do GF é pelo dragom, só que são dois quintos muito emotivos)

quinta-feira, dezembro 09, 2004


Interlúdio panfletário



Agora, que se adivinha um governo do delfim albicastrense et pour cause ganha crédito a candidatura presidencial do seu patrono d’antanho, só me ocorre Almada Negreiros:

Uma geração que consente deixar-se representar por um Guterres é uma geração que nunca o foi! É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!

E não, tal não se deve à "picaretice" falante, Vasco Pulido Valente dixit: a grande maioria dos nossos políticos tem hábitos e estilos discursivos de perfeitas alfaias. Pedro Santana Lopes, por exemplo, é um verdadeiro ancinho falante. E Paulo Portas, esse podão falante? Ou Francisco Louça, a gadanha falante?

Também não à folha de serviços de Guterres no governo, preliminarmente descrita por António Barreto: abriu as portas ao recrutamento de massas de funcionários (...), gastou o que tinha e não tinha, negociou tudo com toda a gente, cedeu quanto pôde e não pôde, adiou reformas, deixou agravar a crise financeira e alimentou a demagogia. É que o cargo não exige experiência política de governo e um mau primeiro-ministro pode ser um sofrível presidente da república.

Nem sequer me impressiona a fuga de Guterres - homem sem força para resistir, nem carácter para lutar - perante a primeira adversidade: na coisa pública, abandonar funções em momentos de dificuldade para o país começa a ser currículo de demasiada gente para a cobardia relevar como causa de exclusão.

O que ficou indelével de António Guterres foi a traição aos seus. Em 1998, aprovada na generalidade na AR a lei que despenalizava a interrupção voluntária da gravidez até às doze semanas, da iniciativa do partido que o elegeu e aprovada pelas forças políticas que lhe permitiam governar, o agora pretendente a Presidente da República tirou da cartola o coelho do referendo, num negóciozinho aleivoso que veio a manter o aborto como crime.

Colheu, na altura, os benefícios. E acredito que tenha ficado de bem com o seu beato grilo falante. Mas, se o mais alto magistrado da nação pode ser um troca-tintas verboso e pusilânime e ter como apogeu do seu currículo a fuga, NÃO pode trair quem o escolhe como representante. Em democracia, a única coisa verdadeiramente imperdoável para um político é não representar quem o elegeu. Porque ele só vale pelos outros. Se nem por isso, que vá ensinar electrónica aos putos do Instituto Superior Técnico, plantar beterrabas para o Fundão ou acolitar a missa na Igreja do seu bairro. Ocupações honestas e meritórias, em que se pode representar a si mesmo com distinção.

terça-feira, dezembro 07, 2004


Ao homem que se assumiu régio



Nos últimos dias, referências, episódios e textos lembraram-me esse homem que nunca chegarei a conhecer.

O post da Prima, falando da via "endoauricular", os do Xavier do Saúde,SA, transcrevendo Xena Antunes e denunciando o insucesso escolar, a crónica deste sábado de Faria Costa sobre o necessário ensinamento para qualquer abordagem à estética, o lançamento do livro “Largos Dias…” em que o autor disse José Régio…

Foi como que uma conjugação feliz de coincidências, sendo certo que elas não transmitem qualquer sinal nem, sequer, existem senão em função da experiência que julgamos ter.

Pero que las hay, las hay…

Era inevitável que a espuma destes dias me obrigasse a uma – bem modesta – homenagem.

Primeiro admirador de Pessoa, esse homem - de porte elegante, sóbrio na aparência e algo distante, mas distinto no trato - fez o liceu no Porto, o curso em Coimbra e deu aulas a uns quantos privilegiados alunos de Portugal, enquanto coleccionava arte sacra e escrevia prosa (alguma não publicada) e poesia de atormentada genialidade.

Tenho por ele uma imensa estima e uma admiração quase acrítica, porque o amei sem sequer supor que existisse.

Ainda criança, pedia histórias para adormecer. A minha mãe – pouco dada a carochinhas – tinha uma memória elefantina e (apenas quase nesse aspecto) uma pachorra invejável.

Escolhia, então, do seu vasto repertório, poemas que contavam histórias e, numa voz macia e viva, dizia... e como dizia!

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante que viria
De além do muro da estrada…


… … …

Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia…


… … …

Ora isto, Senhores, deu-se em Trás-os-Montes,
Em terras de Bouro, com torres e pontes…


… … …

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia…


Eram sempre dois ou três, mas quando nos perguntava qual o último que queríamos, o favorito era "O poeta doido, o vitral e a santa morta".

As "histórias", ao invés de nos embalarem, faziam-nos sonhar, em exultante encantamento.

Não estou apenas grata a esse grande homem que aqui há 35 anos contava com uns escassos 15 dias para viver: reproduzi o modelo com o meu filho.

Ainda agora, quando ele se distrai no beijo da noite, vou chateá-lo à cama para "irritantemente" lho exigir em dobro com multa e – quando a hora ainda não é "do medo" – um de nós, de quando em vez, inicia um poema qualquer que dizemos em uníssono, pelo puro gozo da coisa.

Hoje, pelas circunstâncias que me obrigaram a esta chatíssima palavra, escolho eu:

Era uma vez um Poeta
Que vivia num Castelo,
Num Castelo abandonado,
Povoado só de medos…


- Um Castelo com portões que nunca abriam,
E outros que abriam sem ninguém os ir abrir,
E onde os ventos dominavam,
E donde os corvos saíam,
Para almoços
Que faziam
De mendigos que caíam lá nos fossos…


Ao homem que se assumiu régio e à minha mãe, obrigada.

Nota: Sou alheia ao facto de neste poema se espelhar um enredo que, só por coincidência, se assemelha à crise que tem atravessado o nosso país, mas tenho esperança que algumas cabeças degoladas façam, finalmente, despertar a santa nação adormecida.

quinta-feira, dezembro 02, 2004


O chato

Este tipo é um chato! Agora que a laranjeira começava a dar-nos frutos saborosos, que imensas alegrias se descortinavam, deu-nos uma toranja com sabor a medicamento.

Preparava-me, como tantos, para me deliciar com a novela do nóvel ex-reforço de inverno (para já-nem-sei-para-que-lugar-mas-que-importava-isso??), com a peixeirada aberta a sete chaves, com as diatribes do Tabuman (uma referência no ataque dos Vitamina C) e o chato, o anti-prazer resolveu tirar-me a bola debaixo das chuteiras - "eu é que sou o dono da bola" - e pôr toda a equipa de titulares no banco de suplentes.

Deixou, assim, o caminho aberto às nulidades do costume, aos pãezinhos sem sal, aos pés de chumbo, tipo Zé "Nouveau Riche" e suas pulgas amestradas, cuja mente, no que a ideias diz respeito, é mais árida que o Dead Valley. Aliás, a contratação de um nº10 de baixo centro de gravidade e que joga sempre pela direita, malgré ser um esquerdino de raíz, só surpreenderá os observadores menos atentos e faz antever mais do mesmo com agentes diversos (estes a equiparem de cinza).

Longos bocejos me esperam nos meses mais próximos. Por mim, já arrumei o Valium 10mg que tomava sempre que as sessões de gargalhada, que o chato ora interrompeu, ameaçavam prejudicar-me o sono reparador das quedas na classificação. Enfim, meno male, poupa-se na farmácia...é o que tem de boa a reabertura do mercado de transferências no inverno!

A ver se não cochilo antes de anotar as trocas de clube que se advizinham. Não é por nada, mas o nº 10 Jorginho manter-se-à na actual formação?